Reforma ministerial: veja mudanças na mira para governo aumentar a base no Congresso

Lula deve intensificar negociações com partidos do Centrão na próxima semana. As negociações com essas legendas visam ampliar a base de apoio no Congresso e garantir a governabilidade, conforme indicado pela colunista do G1, Ana Flor.

Nesta empreitada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve agendar reuniões com líderes importantes do bloco, entre eles, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), reconhecido por sua influência entre os partidos aliados.

Para assegurar o apoio parlamentar necessário à aprovação de propostas consideradas prioritárias pelo governo, há planos de promover mudanças tanto em ministérios quanto em estatais.

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Um dos principais atores dessa articulação é o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, responsável pela interlocução política entre o Executivo e o Congresso. Nesta semana, ele recebeu lideranças do PP e do Republicanos em busca de alianças.

Dentro desse contexto, é possível listar alguns ministérios e estatais que podem sofrer alterações no comando. O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, atualmente sob a responsabilidade de Geraldo Alckmin (PSB), é um deles. Ele também exerce a função de vice-presidente.

Outro ministério na mira é o de Portos e Aeroportos, cujo titular é Márcio França (PSB). Além disso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, chefiado por Luciana Santos (PCdoB), também está na lista de possíveis mudanças.

A pasta da Mulher, atualmente comandada por Cida Gonçalves (PT), bem como o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, sob a responsabilidade de Wellington Dias (PT), estão entre os ministérios sujeitos a alterações.

Outras pastas que podem passar por mudanças são o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, chefiado por Silvio Almeida (sem partido), e o Ministério dos Esportes, sob o comando da ex-atleta Ana Moser (sem partido), que é alvo de pedido do Republicanos.

No âmbito das estatais, a Caixa Econômica Federal, presidida por Rita Serrano, é objeto de reivindicação do PP. Da mesma forma, os Correios, atualmente presididos por Fabiano Silva dos Santos, e a Embratur, chefiada por Marcelo Freixo (PT), podem sofrer mudanças.

A Fundação Nacional de Saúde (Funasa), cujo presidente interino é o servidor Alexandre Motta, também é cobiçada pelo Centrão. Entretanto, não é possível afirmar, por enquanto, que essas mudanças realmente ocorrerão.

Em pronunciamento recente, o presidente Lula fez questão de descartar mudanças no comando do Ministério da Saúde. Mesmo com a pasta sendo um dos principais alvos do Centrão devido ao seu grande orçamento, o petista afirmou que há ministros que não estão sujeitos a trocas.

Desde o início de seu governo, Lula já promoveu mudanças em duas das 37 pastas ministeriais. Uma delas foi no Gabinete de Segurança Institucional (GSI), onde o general Gonçalves Dias deixou o cargo após os desdobramentos dos atos golpistas de 8 de janeiro. Assumiu a função o também general Marcos Antônio Amaro.

Outra mudança ocorreu no Ministério do Turismo, quando o União Brasil solicitou a troca do comando da pasta exercida por Daniela Carneiro. A legenda indicou o deputado Celso Sabino (União-PA) para assumir a função. Essas trocas demonstram a dinâmica política do governo e a busca por uma base sólida no Congresso Nacional.