Renato Cariani: Notas Falsas Emitidas em Nome da AstraZeneca e E-mails Foram Peças-Chave na Investigação da PF

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A empresa Anidrol, com o influenciador Renato Cariani entre os sócios, está no centro de uma investigação que revela uma intricada trama envolvendo notas fiscais falsas em nome de gigantes como a AstraZeneca. Essas ações, segundo as autoridades, tinham o propósito de encobrir desvios de produtos químicos destinados à produção de substâncias ilícitas, como o crack.

Legenda: Em pronunciamento divulgado logo após a deflagração da operação que apura o caso, Cariani disse que Anidrol é toda “regulada” Foto: reprodução/@renato_cariani via Instagram

Infrações e Notificações: O Início da Ação da PF

Dois depósitos, totalizando R$ 212 mil, supostamente realizados pela AstraZeneca entre 2015 e 2017 em uma conta associada a Renato Cariani, desencadearam as investigações da Polícia Federal. A suspeita recai sobre a emissão de notas fiscais falsas, instrumento utilizado pela Anidrol para camuflar suas atividades ilícitas.

A AstraZeneca na Mira: Notificações e Inquérito

Em 2019, a AstraZeneca, ao receber notificações da Receita Federal por movimentações não informadas relacionadas à Anidrol, solicitou à PF a instauração de um inquérito. A farmacêutica questionava dois repasses não declarados, totalizando R$ 211,5 mil em 2015 e 2016. A Anidrol afirmou à Receita ter vendido cloreto de lidocaína à AstraZeneca, mas a empresa nega qualquer transação.

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Troca de E-mails Suspeita: Um Novo Elemento na Investigação

A PF também levou em consideração uma intimação fiscal recebida pela AstraZeneca em 2019, relacionada a e-mails trocados com um suposto representante da Anidrol, Augusto Guerra. A farmacêutica negou qualquer relação comercial com Guerra, enfatizando que o indivíduo nunca foi um colaborador da empresa.

Desvio de Produtos e Notas Falsas: O Modus Operandi

A investigação revelou que a Anidrol, sediada em Diadema (SP), protagonizou 60 transações suspeitas, desviando cerca de 12 toneladas de produtos químicos destinados à produção de entorpecentes. Dentre os itens desviados, destacam-se fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila. Essa prática, de acordo com as autoridades, resultou em mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontos para consumo.

Implicações Legais: Crimes e Penas

Os envolvidos na trama enfrentam acusações graves, incluindo tráfico equiparado, associação para fins de tráfico e lavagem de dinheiro. As penas acumuladas para esses crimes ultrapassam 35 anos de reclusão, ressaltando a magnitude do esquema desmantelado pela PF.

A Reação de Renato Cariani

Após a operação que desvendou o caso, Renato Cariani afirmou em pronunciamento que a Anidrol é totalmente “regulada”. Contudo, as evidências coletadas pela PF e a gravidade das acusações colocam em xeque a legalidade das operações da empresa.

Nesta trama complexa, as notas falsas, os e-mails suspeitos e os desvios massivos de produtos químicos compõem um enredo digno de investigação minuciosa, revelando conexões surpreendentes e colocando em evidência a fragilidade dos processos de controle.