Samara Felippo diz à polícia que filha sofreu outros episódios de racismo na escola

Atriz prestou depoimento sobre o caso envolvendo a adolescente de 14 anos e relatou outra discriminação após a acusação de furto de um carregador de celular

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Por Clayton Lima – Nitro News Brasil 01 de Maio de 2024, ás 12:21

Samara prestou depoimento sobre caso de racismo de filha na escola
(REPRODUÇÃO/INSTAGRAM)

A filha da atriz Samara Felippo, uma adolescente negra de 14 anos, enfrentou mais do que um único incidente de discriminação racial na Escola Vera Cruz, segundo a mãe. Um desses eventos, revelou a atriz, foi a acusação de furto de um carregador de celular, aumentando a complexidade do caso.

“É reincidente, recorrente. Desde o ano passado, de um episódio que um carregador some e a acusada é minha filha. Isso tudo são pequenas camadas do racismo que crianças pretas passam todos os dias veladamente”, afirmou a atriz nesta terça-feira (30), durante seu depoimento à polícia.

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A escola particular na zona oeste de São Paulo afirmou que as alunas responsáveis pelo ataque ao caderno foram suspensas e que medidas de acolhimento à vítima foram tomadas. No entanto, a instituição está revisando se aplicará sanções adicionais.

Samara foi chamada para depor na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), na região central, para complementar o Boletim de Ocorrência registrado anteriormente.

De acordo com a atriz, o caderno de sua filha mais velha foi furtado, páginas arrancadas e devolvido à escola com uma ofensa racial. Fotos do caderno foram apresentadas à polícia como prova. O incidente ocorreu no último dia 22.

A escola afirmou que “reconheceu a gravidade deste ato violento de racismo, nomeando-o como tal, e imediatamente foram realizadas ações de acolhimento ao aluno agredido e sua família”. As alunas envolvidas foram suspensas por tempo indeterminado e tiveram participação em uma viagem escolar vetada. No entanto, a instituição afirmou que “novas sanções poderão ser adotadas, conforme apuração e reflexão sobre os fatos”.

Estudante quer permanecer na escola, segundo a mãe. Um dos motivos é o apoio dos colegas. “Ela está bem, quer ficar na escola e está se sentindo acolhida pelos amigos. Eles estão do lado dela”, disse a atriz.

A família de Samara ainda não decidiu se entrará com uma ação civil contra a escola e as famílias envolvidas. A advogada afirmou que “existe a possibilidade de uma ação indenizatória, caso a família entenda que isso seja necessário”. Os pais das duas meninas acusadas de racismo anunciaram que vão tirá-las do Vera Cruz. O Estadão apurou que a decisão levou em conta a proteção das três alunas envolvidas, vítima e agressoras. Em carta às famílias da turma do 9º ano em que estudavam, os pais de uma delas disseram que a filha de Samara foi vítima de “uma violência injustificável”.

A advogada Thaís Cremasco, que representa Samara, vivenciou uma situação semelhante em 2022, quando seu filho foi vítima de ataques racistas no Colégio Visconde de Porto Seguro, em Valinhos, interior de São Paulo. O colégio desligou oito alunos acusados de racismo, xenofobia e apologia ao nazismo após o incidente.