Símbolo da cidade de São Paulo, palco de manifestações e corredor cultural e de negócios, a Avenida Paulista completa 129 anos hoje (8). Para celebrar a data, sete instituições culturais situadas na principal avenida da cidade resolveram lançar um site, o Paulista Cultural.
Por meio da ferramenta, lançado na manhã de hoje (8 ), o visitante pode acessar a programação de cada instituição e conhecer um pouco cada uma delas. O site também traz informações sobre o horário de funcionamento dos museus e espaços culturais e permite que seja feito o agendamento das visitas. Durante a pandemia do novo coronavírus, a visita tem que ser agendada.
“O espaço vai permitir que as pessoas acompanhem a programação disponível na Paulista. Você vai poder planejar sua visita por data, por tema ou por instituição e ver tudo o que está acontecendo na avenida. Vai conhecer protocolos e regras para garantir uma experiência tranquila e agradável neste momento de pandemia”, disse Joana Fernandes, coordenadora do Instituto Moreira Salles (IMS), durante live de lançamento do site.
O projeto da Paulista Cultural foi iniciado pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP), em 2017, inspirado pelo Museum Mile, iniciativa que congrega museus da 5ª Avenida, em Nova York. A ideia foi agregar as sete instituições culturais que se localizam na avenida: Japan House São Paulo, Casa das Rosas, Sesc Avenida Paulista, Itaú Cultural, MASP, Centro Cultural Fiesp e Instituto Moreira Salles.
Em 2018, ocorreu a primeira edição do evento. As instituições se uniram e ofereceram um dia de programação gratuita, com atividades a céu aberto e intercâmbio entre as casas. No ano passado, na segunda edição do evento, o público participante cresceu 13%, somando 46,5 mil pessoas.
Para este ano, estava programada a terceira edição do evento, que não pode ser realizada por causa da pandemia do novo coronavírus. Em resposta, as instituições resolveram criar o site, agregando, em um só espaço, informações sobre a programação de todas as instituições.
A Paulista
A Avenida Paulista tem quase três quilômetros de extensão e pode ser percorrida em 3.818 passos. Os paulistanos brincam que ela é como o casamento, “começa no Paraíso e termina na Consolação”. A avenida foi inaugurada em 8 de dezembro de 1891, ainda sem construções.
Segundo a Associação Paulista Viva, a criação da rua partiu da ideia de se criar um eixo sofisticado, voltado para a burguesia endinheirada da cidade. O idealizador foi o engenheiro Joaquim Eugênio de Lima, que escolheu, para isso, uma região alta, de onde se podia ver toda a cidade.
Seus primeiros moradores, que ali construíram casarões e palacetes imponentes, foram fazendeiros e industriais, entre eles, os barões do café. Mas, na década de 1930, com a queda da Bolsa, a Paulista também começou a mudar e a se verticalizar, dando espaço para escritórios e centros comerciais. Seus novos moradores passaram a ser advogados, médicos e consulados.
Décadas depois, os antigos casarões passaram a ser destruídos e restam poucos na avenida. Entre os que resistiram, está a mansão em estilo clássico francês de trinta cômodos, construída pelo escritório de Ramos de Azevedo, e que hoje se transformou na Casa das Rosas.
Mas foi em 1968 que a Avenida Paulista ganhou seu melhor retrato, pelo qual se tornou mais conhecida: neste ano foi construída a sede do Museu de Artes de São Paulo (MASP), com um icônico projeto arquitetônico de Lina Bo Bardi. Com o museu, a Avenida Paulista também ganhou o seu mais famoso vão livre, que se transformou no espaço mais democrático da cidade, com feiras de antiguidades, exibição de filmes da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, manifestações e celebrações.
Até o início dos anos 2000, a Avenida Paulista era o principal centro financeiro do país, reunindo escritórios, consulados, hotéis, bancos, centros educacionais, livrarias, hospitais, salas de cinema, teatros, bares, restaurantes e centros culturais. Nos últimos anos, o coração financeiro se espalhou pela metrópole, mas a avenida continuou sendo referência e cartão-postal da cidade.