Sobe para 21 o número de mortos por ciclone no RS, confirma governador

Ciclone extratropical deixa rastro de destruição e mortes no Rio Grande do Sul

Por Clayton Lima Nitro News Brasil São Paulo 05/09/2023 ás 17h16

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, anunciou que o estado registrou um total de 21 mortes decorrentes do ciclone extratropical que atingiu a região na segunda-feira (4). Essa tragédia se configura como o evento climático mais letal já ocorrido no estado, com destaque para as 15 vítimas fatais na cidade de Muçum, localizada na região central do estado.

O impacto do ciclone não se limitou apenas a perdas humanas, mas também deixou um rastro de destruição. Segundo informações da Defesa Civil estadual, a cidade de Muçum foi severamente afetada, com mais de 85% do território coberto pelas águas. O nível do rio atingiu proporções alarmantes, obrigando os moradores a buscarem refúgio nos telhados e forros das casas. A situação se agravou ainda mais devido à interrupção no fornecimento de energia elétrica e à falta de sinal telefônico, tornando a comunicação e o acesso a serviços básicos ainda mais difíceis.

Chuva forte causa estragos em cidades do RS — Foto: Reprodução/ RBS TV

A mobilidade também foi seriamente comprometida, uma vez que todas as quatro estradas de acesso ao município de Muçum encontram-se interditadas. Além disso, uma ponte vital que conecta Muçum a Roca Sales foi arrastada pelas águas do Rio Taquari, ampliando as dificuldades enfrentadas pela população local. A prefeitura de Muçum aconselha os residentes a garantirem suprimentos para as próximas 72 horas, dado o cenário de incerteza.

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O impacto do ciclone se estendeu a mais de 50 cidades, onde foram registradas fortes rajadas de vento e aumento no nível dos rios. Em um resgate dramático, ocorreu a sexta morte, envolvendo um policial militar e uma idosa que foram arrastados pelo rio durante a operação de resgate. Infelizmente, a idosa não resistiu, e o policial foi resgatado em estado grave.

Santa Catarina também não escapou dos estragos causados pelas tempestades e rajadas de vento, com um óbito registrado devido ao impacto de uma árvore sobre um veículo durante a tempestade.

As estatísticas da tragédia continuam a se desdobrar, com 426 desabrigados e 215 desalojados até o momento. As áreas mais afetadas estão nas regiões Norte, Serra e Vale do Taquari. Este ciclone extratropical, que teve origem em um sistema de baixa pressão, agravou ainda mais a situação já fragilizada por chuvas intensas.

Esta não é a primeira vez que o Rio Grande do Sul enfrenta a fúria de um ciclone extratropical. Em julho do ano anterior, outro evento semelhante causou 16 mortes e devastação em 40 cidades. Na época, o governo classificou essa tragédia como o pior desastre natural já registrado no estado.

Além das perdas humanas, a infraestrutura do estado também sofreu danos significativos, com uma ponte de ferro desabando entre Farroupilha e Nova Roma do Sul devido à força da correnteza no Rio das Antas.

A resposta às emergências tem sido desafiadora, mas as autoridades estão mobilizando esforços para lidar com a situação. O presidente Lula expressou solidariedade e disposição em ajudar o estado, enquanto equipes de resgate, incluindo helicópteros da Brigada Militar e forças policiais, estão sendo implantadas para apoiar os municípios afetados.

A Defesa Civil estadual segue monitorando os riscos hidrológicos e prestando ajuda humanitária conforme necessário. O cenário de destruição e perda de vidas exige uma resposta coordenada e eficaz para minimizar o sofrimento da população afetada.

Previsão para os próximos dias

Enquanto a frente fria avança em direção a São Paulo, o ciclone extratropical que se formou no Rio Grande do Sul deve se afastar do Brasil nesta terça-feira (5), como informa o Climatempo.

Mas os pontos altos das serras ainda podem ter rajadas em torno de 100 km/h, até o vento diminuir no decorrer da tarde. Veja previsão completa aqui.

Chuva forte causa estragos em cidades do RS — Foto: Reprodução/ RBS TV

Mortes e Cidades mais atingidas:

Roca Sales: A cidade enfrentou uma forte enchente, forçando a evacuação dos moradores para os telhados das residências. O auxílio profissional estava previsto apenas para as primeiras horas da manhã seguinte.

Muçum: Com o Rio Taquari atingindo níveis históricos, a prefeitura instou os moradores de áreas alagadas a procurarem abrigo. As operações de resgate envolveram equipes do Corpo de Bombeiros Militar e da Brigada Militar, incluindo a utilização de embarcações.

Farroupilha e Nova Roma do Sul: Uma ponte de ferro caiu devido à correnteza no Rio das Antas, causando danos à infraestrutura da região.

Santo Cristo: A tempestade danificou casas e galpões na Região Noroeste, resultando em alagamentos e estragos.

Coqueiros do Sul: Um galpão que funcionava como mercearia foi destelhado pelos ventos fortes e chuva na mesma região.

Cruz Alta: Choveu intensamente, causando alagamentos e danos em pelo menos cinco casas na Região Noroeste.

Cachoeira do Sul: Uma casa foi atingida por um raio e parcialmente danificada, mas a Defesa Civil prestou socorro ao morador ileso.

São Jorge: Cerca de 90 pessoas ficaram desalojadas devido a alagamentos em toda a cidade.

Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Nova Bassano: Queda de árvores e alagamentos foram registrados devido às chuvas intensas na região, com pessoas ilhadas em Nova Bassano.

Nova Prata: Uma casa foi arrastada pela água do rio, retratando a comunidade de Capela São Belin, que foi tomada pela água do Rio Sabiá. O município ainda está avaliando os impactos do temporal na população.