Governador decreta estado de calamidade pública em meio a desastre climático
O Rio Grande do Sul (RS) enfrenta uma tragédia climática sem precedentes, com o número de mortes em decorrência do ciclone extratropical atingindo assustadores 37 óbitos, incluindo uma morte em Santa Catarina, totalizando 38 vítimas na região Sul. O mais recente balanço, divulgado pela Defesa Civil nesta quarta-feira, revela a dimensão desoladora do desastre.
Calamidade Natural sem Paralelos
A passagem devastadora deste ciclone extratropical levou o RS a superar a pior tragédia natural das últimas quatro décadas, ultrapassando os 16 óbitos causados por um fenômeno semelhante em junho. A dimensão da devastação se reflete nos números alarmantes: nove pessoas ainda estão desaparecidas nos 79 municípios afetados, com um total de 56.787 pessoas impactadas, incluindo 2.319 desabrigados e 3.575 desalojados. Outras 1.777 vítimas foram resgatadas, mas os danos são imensuráveis.
Destruição Avassaladora
Os estragos deixados pelo ciclone extratropical são visíveis em toda a região. Até o momento, a Defesa Civil contabilizou 309 casas destelhadas e 14 pontes destruídas, exacerbando ainda mais a situação de emergência. A magnitude da tragédia demanda uma resposta enérgica das autoridades.
Estado de Calamidade Declarado
Nesta quarta-feira, o governador do RS, Eduardo Leite (PSDB), anunciou a decretação do estado de calamidade pública em resposta à calamidade climática sem precedentes. Além disso, todos os desfiles de 7 de Setembro nos municípios gaúchos foram cancelados até que a normalidade seja restabelecida. O governador expressou sua solidariedade às vítimas e enfatizou a importância de apoiar as comunidades afetadas em um momento de tamanha adversidade.
Chuvas Intensas Agravam a Situação
A previsão meteorológica também não traz alívio para o RS, já que o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) divulgou que os próximos dias serão marcados por chuvas intensas. Entre quinta-feira e sexta-feira, espera-se tempestades que acumularão entre 70 e 100 mm de água, afetando novamente as mesmas áreas já duramente atingidas pelo ciclone extratropical.
Muçum: Tragédia Dentro da Tragédia
O município de Muçum, uma das áreas mais atingidas, vive uma situação particularmente grave. No começo da terça-feira, já havia a confirmação de seis mortes, mas o governador Eduardo Leite informou posteriormente que mais 15 pessoas perderam a vida na cidade. O Rio Taquari, que banha Muçum, subiu impressionantes 20,70 metros com a passagem do ciclone extratropical, causando o isolamento da cidade e agravando a tragédia.
Resgates Perigosos
Em um esforço hercúleo de resgate, uma mulher acabou perdendo a vida quando a corda que a içava para um helicóptero se rompeu, resultando na queda dela e de um policial militar na água, arrastados pela correnteza implacável. O incidente trágico destaca os riscos enfrentados pelas equipes de resgate enquanto tentam salvar vidas em meio à devastação.
Primeiras Vítimas e Histórias comoventes
As primeiras vítimas do ciclone incluíram um casal, Delve Francescatto e Ironi de Fátima Godoi Francescatto, cujo carro foi arrastado pela correnteza em Ibiraiaras. Eles voltavam para casa após terem sido informados dos danos à sua residência. Outras histórias comoventes emergem desse desastre, incluindo mortes por descargas elétricas e acidentes relacionados às enchentes.
Conclusão: Solidariedade em Meio à Adversidade
À medida que a tragédia no RS continua a se desdobrar, a solidariedade e a cooperação se tornam mais cruciais do que nunca. A resposta das autoridades, equipes de resgate e comunidades locais é um exemplo de resiliência diante de uma adversidade sem precedentes. Enquanto o estado de calamidade pública é declarado e as operações de socorro persistem, o Rio Grande do Sul busca se recuperar do impacto avassalador do ciclone extratropical, com a esperança de um futuro mais seguro e resiliente.