Sócios da 123 Milhas são alvos do MPMG, que cumprem mandados de busca e apreensão

Sócios da 123 Milhas são alvos de operação crédito: Juca Varella/Agência Brasil
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Na manhã desta quinta-feira (1/2), os sócios da 123 Milhas tornaram-se alvos de uma operação conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A ação, com a participação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e apoio da Polícia Civil, visa desvendar possíveis irregularidades nos escritórios localizados nos bairros Funcionários e Santo Agostinho, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, incluindo nas dependências da empresa Max Milhas.

A situação se agrava para a 123 Milhas, uma vez que, recentemente, a Justiça de Minas suspendeu pela segunda vez o processo de recuperação judicial da empresa. Iniciado em dezembro de 2023, o processo já havia sido interrompido anteriormente a pedido do Banco do Brasil, que alegou falta de documentos necessários e a ausência da lista de credores na petição inicial.

A nova decisão judicial considera que empresas associadas ao grupo não passaram pela constatação prévia de suas condições reais de funcionamento. Assim, o pagamento de dívidas, tanto com credores quanto com clientes, permanece suspenso, gerando incertezas quanto à resolução do impasse.

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A juíza da 1ª Vara Empresarial de Belo Horizonte ressaltou em sua decisão que ainda não foram definidos os profissionais que atuarão como administradores judiciais do processo, devido à substituição de dois dos três escritórios inicialmente nomeados.

A 123 Milhas, ao ser contatada pela reportagem, informou que aguarda a decisão da Justiça para apresentar seu Plano de Recuperação Judicial. Vale destacar que a decisão cabe recurso, e a empresa busca alternativas para contornar a atual situação.

Relembre o caso e desdobramentos

Em agosto, a 123 Milhas surpreendeu consumidores ao suspender a emissão de passagens, afetando inclusive quem já havia pago por viagens programadas até dezembro. Mais de 150 denúncias foram registradas na Polícia Civil, que investiga a empresa por supostos crimes contra o Código de Defesa do Consumidor, pirâmide financeira e estelionato.

A Defensoria Pública de Minas Gerais agiu em defesa das vítimas, resultando em uma ação civil pública determinando indenização por danos morais coletivos aos consumidores afetados. Entre as alternativas sugeridas está o restabelecimento dos serviços adquiridos pelos clientes.

Com dívidas acumuladas, os proprietários da 123 Milhas recorreram à recuperação judicial para assegurar o cumprimento de obrigações financeiras com todas as partes lesadas. Entretanto, a atual situação da empresa permanece incerta diante das recentes decisões judiciais e da operação em curso.