SP: Juiz do trabalho Marcos Scalercio é acusado de assédio sexual por pelo menos dez mulheres

Marcos Scalercio, juiz do trabalho e professor de cursinho preparatório, teria assediado alunas, funcionárias e advogadas. ONG recebeu e encaminhou denúncias à Justiça. Juiz é denunciado por forçar beijos, agarrões e pedido de foto de calcinha

Juiz do trabalho e professor de curso preparatório, Marcos Scalercio é acusado de assédio sexual por alunas e funcionárias(foto: Reprodução/Instagram)

Um juiz do trabalho de São Paulo está sendo acusado de assédio sexual por uma série de mulheres. Marcos Scalercio, que atua Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-2), teria cometido os crimes em diversas situações.

Segundo as denúncias, o juiz realizaria o assédio em ambientes como fóruns judiciais onde trabalha, pela internet, e também com alunas do curso preparatório Damásio Educacional, onde é professor.

A ONG Me Too Brasil, que presta assistência jurídica e psicológica a vítimas de assédio, recebeu diversas denúncias, que foram encaminhadas aos órgãos competetentes. Por prerrogativas da função de juiz do trabalho, Scalercio só pode ser investigado pela Justiça Federal.

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Ao menos dez mulheres teriam sido alvos do juiz. Duas trabalharam com Scalercio no TRT-3, seis foram alunas do magistrado no curso preparatório, e duas teriam sofrido assédio pela internet. As situações teriam acontecido entre 2014 e 2020.

Em todos os casos, o modo de atuação é similar: o juiz teria feito insinuações de teor sexual e, ao receber a negativa, passaria a tratar mal as vítimas. Em pelo menos três situações, o magistrado teria agarrado mulheres e tentado beijá-las à força.

Primeiras denúncias contra juiz foram arquivadas

O TRT-2 chegou a abrir uma apuração disciplinar contra Scalercio, ouvindo três das vítimas. Os desembargadores responsáveis pelo caso, no entanto, decidiram arquivar a investigação, segundo o órgão, por falta de provas.

Após novas denúncias, porém, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3) abriram apurações próprias sobre o caso. As investigações estão em andamento e seguem sob segredo de Justiça.

O curso Damásio Educacional, onde Scalercio dá aulas, afirma não ter recebido denúncias de assédio. As vítimas que estudaram no local, porém, dizem ter procurado a instituição para informar sobre a conduta inadequeda do juiz, e que não houve apuração.

O G1 São Paulo, que publicou as denúncias, procurou a defesa do juiz. A defesa do magistrado disse que não se manifestaria sobre o caso.