Moradores de Guaxupé, em Minas Gerais, podem se cadastrar para os testes da vacina contra a covid-19 ButanVac, que está sendo produzida pelo Instituto Butantan. Segundo o governador de São Paulo, João Doria, os testes dessa vacina no município mineiro já foram aprovados pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep).
Para a primeira fase de testes da vacina, o Butantan vem tendo dificuldade para encontrar voluntários que ainda não estejam imunizados contra a covid-19. Como Guaxupé está, neste momento, vacinando pessoas acima de 28 anos, a ideia do instituto é utilizar aqueles que ainda não foram vacinados na cidade, pessoas entre 18 e 27 anos.
Além disso, o Butantan também deve fazer estudos para avaliar a incidência do vírus e a variante dominante no munícipio.
Os testes
Os ensaios clínicos da ButanVac serão divididos em duas fases, compostas pelas etapas A, B e C. A etapa A conta com um total de 418 voluntários selecionados nas cidades de Ribeirão Preto e, a partir de agora, também em Guaxupé. Neste estudo clínico inicial será avaliado se a vacina é segura e qual a quantidade de doses suficiente para a vacinação. Na etapa, o grupo de controle vai receber a Butanvac ou a vacina de comparação, a Coronavac, e não haverá placebo envolvido.
Já as etapas B e C irão avaliar a resposta imune e envolverão mais de 5 mil voluntários. A partir daí será feita a comparação entre o desempenho da nova vacina do Butantan contra a covid-19 e outros imunizantes.
Os moradores da cidade que desejam fazer parte do estudo podem se inscrever pelo site do instituto.
A primeira dose nos voluntários deve ser aplicada na primeira quinzena de setembro e a aplicação da segunda dose está prevista para ocorrer até meados de outubro.
Sobre a Butanvac
A Butanvac é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado da doença de Newcastle que contém a proteína chamada de spike do SARS-CoV-2 estabilizada. Como este vírus infecta aves e é inofensivo em humanos, ele replica muito bem em ovos embrionados de galinhas. É a mesma tecnologia utilizada na vacina contra influenza (gripe).
A técnica, segundo o Butantan, é barata, sendo uma de suas especialidades: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos.