Fernando Sastre é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima
A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou por unanimidade, nesta terça-feira (7), o habeas corpus apresentado pela defesa que pedia a liberdade do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho – condutor da Porsche que causou o acidente em São Paulo que provocou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana.
Prisão mantida após audiência de custódia
O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a prisão preventiva do acusado – o quarto pedido analisado pela Justiça – na última sexta-feira (3). Ele não foi encontrado e se entregou à polícia apenas na segunda (6), quando foi detido. Nesta terça (7), passou por audiência de custódia e teve a prisão mantida.
“Fernando Sastre de Andrade Filho passou por audiência de custódia na tarde de hoje (5/7). Trata-se de cumprimento de mandado de prisão, portanto a audiência de custódia foi apenas para verificar se foi cometida alguma ilegalidade no ato. Verificou-se que a prisão estava em ordem e o réu seguiu preso”, disse o TJ, em comunicado. O empresário foi levado ao Centro de detenção provisória de Guarulhos, embora a defesa do motorista do Porsche tivesse pedido que ele fosse mandado ao presídio de Tremembé.
Réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima
Fernando Sastre é réu por homicídio doloso qualificado e lesão corporal gravíssima, ambos na modalidade por dolo eventual. As penas, somadas, podem ultrapassar os 30 anos de prisão, caso ele seja condenado.
Detalhes do acidente e alegações
Fernando Sastre de Andrade Filho causou a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, ao bater na traseira do carro dele, em 31 de março. A promotora Monique Ratton sustentou em denúncia que o empresário consumiu álcool antes de dirigir e causar o acidente. Em entrevista à TV Globo gravada antes da prisão decretada, ele disse “só ter bebido água”.
Velocidade do veículo em questão
De acordo com a perícia, o Porsche 911 de Fernando estava a 114 km/h o momento da batida. O automóvel chegou a alcançar 156 km/h em uma avenida da Zona Leste de São Paulo que tem limite regulamentar de 50 km/h. Fernando Sastre de Andrade Filho afirmou que “não tinha percebido” que estava na velocidade apontada pela perícia.
Ferimentos e contradições no depoimento
Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo que estava no carro de luxo com Fernando, ficou ferido na batida. Ele teve alta após voltar a ser internado em São Paulo. Segundo informações da defesa, o motivo da internação foi uma complicação decorrente da cirurgia de retirada do baço. Em depoimento, ele contrariou a versão do empresário ao dizer que o amigo tinha consumido bebida alcoólica antes de dirigir naquela noite.