Reunidos em um shopping no Bom Retiro, tradicional bairro de imigrantes na capital paulista, sul-coreanos e descendentes nascidos no Brasil lamentaram a derrota da Coreia do Sul para a seleção brasileira por 4 a 1 na tarde de hoje (5), nas oitavas de final da Copa do Mundo de Futebol no Catar. A cada gol do Brasil, no entanto, a torcida coreana, assim como os brasileiros, também comemorava com entusiasmo.
“O que acontece é que os mais novos torcem mais pelo Brasil. As gerações mais antigas torcem mais pela Coreia. Parece que tem mais torcida brasileira do que coreana aqui”, disse o coreano Nino Kim, da Associação Futebol dos Coreanos no Brasil, um dos animadores da torcida.
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“Infelizmente o time do Brasil é muito forte. A gente tinha esperança que a Coreia virasse, mas não deu”, lamentou. “A partir de agora, todo mundo passa a torcer pelo Brasil. O coração é Brasil”.
Além dos gritos de guerra tradicionais, a torcida foi animada por instrumentos de bateria típicos da Coreia. Nas poucas vezes em que o time asiático atacou o Brasil, bandeirinhas da Coreia do Sul eram agitadas pelos torcedores e pratos e bumbos ressoavam.
Ainda no intervalo do jogo, quando o Brasil ganhava por 4 a 0, o jovem Enzo Shoi era um dos poucos a ainda acreditar na Coreia e dizia ter esperança na vitória – o que não se confirmou. “O coração está partido. O Brasil já está com quatro e não deixa a Coreia fazer nada. Mas eu não vou perder a esperança, tenho sangue coreano”, disse Shoi, de 10 anos, vestindo o uniforme completo da sua seleção de coração.
Dados do Consulado Geral da República da Coreia mostram que, em 2017, cerca de 50 mil sul-coreanos e descendentes viviam no Brasil. Entre as principais atividades executadas aqui, está a fabricação de vestuário.