Namorado da jovem morta; diz a mãe da enfermeira que ela ‘teria ficado em seu caminho’
A técnica de enfermagem Rita de Kássia Nogueira Matias Santos, de 27 anos, foi encontrada morta na tarde de terça-feira, em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio. A jovem era funcionária de uma UPA de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e estava desaparecida havia dois dias. Segundo parentes, o principal suspeito pelo crime é o namorado da vítima, última pessoa com quem foi vista. Em nota, a Prefeitura de Nilópolis lamenta a morte e diz que espera “que a Justiça dê a devida punição ao assassino confesso”. Segundo a Polícia Civil, Rita foi morta na madrugada de segunda-feira. O autor do crime compareceu à Delegacia de Homicídios da Capital na noite de terça-feira acompanhado de uma advogada e não prestou declarações.
De acordo com a cunhada da vítima, Yasmin Santos, a família sentiu falta da jovem no fim da tarde de segunda-feira, pois não respondia as mensagens:
— Minha sogra mandou uma mensagem no Instagram dele. A gente não tinha o contato dele, ele nunca chegou a conhecer a família. Ele disse para ela que estava muito preocupado, desesperado, que não sabia da Rita. Disse que ela estava alterada na noite anterior (domingo) e que ela ficou no meio caminho, numa ponte, em Ricardo de Albuquerque. Passamos a desconfiar naquele momento. Quem está desesperado com um desaparecimento e nem comunicada nada à família?
O namorado, identificado pela família como Iago Lace Falcão, estava com Rita havia pouco mais de um mês. Segundo Yasmin, Rita o conheceu na Maternidade Leila Diniz, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da capital fluminense, onde ele atua como enfermeiro. O homem não tinha sido apresentado à família.
— Não sabemos para onde foram ou iam naquela noite. A família está destruída com isso, meus sogros estão destruídos. Não sei nem explicar como foi o momento em que souberam da morte. A família acabou.
Ainda segundo a cunhada, Rita nunca mencionou violência, mas já havia comentado sobre um comportamento possessivo de Iago.
— Nunca falou sobre violência, já chegou a falar comigo que ele era possessivo e grudento, que ela não queria mais ficar com ele. Mas nunca de ser violento — conta a Yasmin.
O corpo de Rita, de acordo com parentes, foi encontrado pela polícia em uma casa abandonada, que pertence à família do namorado. A vítima era a mais velha de três irmãos, e trabalhava como técnica de enfermagem na UPA Cabuís, em Nilópolis, e na Maternidade Leila Diniz.
Em nota, a Secretária de Saúde de Nilópolis lamentou a morte da técnica de enfermagem:
“A Secretaria de Saúde de Nilópolis lamenta o falecimento da técnica de enfermagem Rita Nogueira, 27 anos, lotada na UPA Cabuís e se compadece com a dor dos familiares e amigos. Ela, que era uma funcionária exemplar e muito querida pelos colegas, tornou-se mais uma vítima de feminicídio. Esperamos que a Justiça dê a devida punição ao assassino confesso”.
Segundo a Polícia Civil, o caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital. Ainda de acordo com a corporação, o autor do crime compareceu à unidade policial na noite de terça-feira acompanhado de uma advogada. Ele não prestou declarações. Familiares da vítima afirmam que Iago foi solto após comparecer na delegacia e pedem justiça. “Ele precisa pagar pela crueldade que fez”, escrevem em uma publicação nas redes sociais.
Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) apontam que o estado do Rio registrou 82 casos de feminicídio entre janeiro e setembro deste ano. Em comparação com o mesmo período de 2021, quando ocorreram 65 casos, o número aumentou 26%.