Titanic: OceanGate Demitiu Especialista que Alertou sobre a Segurança do Titan em 2018

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Documentos judiciais revelam preocupações sobre problemas de segurança e certificação do submersível

Direitos autorais: David Lochridge
O especialista em submarinos David Lochridge foi demitido após sinalizar problemas de segurança

Um especialista em submarinos que trabalhou para a OceanGate – a empresa responsável pelo submersível desaparecido – emitiu um alerta sobre possíveis problemas de segurança em 2018, de acordo com documentos judiciais dos EUA. As revelações recentes destacam a falta de atenção às preocupações de segurança e certificação do Titan, o submersível que busca explorar os destroços do Titanic no fundo do oceano.

David Lochridge, que deixou a Escócia para se juntar à empresa sediada no estado de Washington, manifestou entusiasmo com a missão em uma entrevista à BBC em 2017, afirmando que estava “destinada ao mar”. No entanto, menos de um ano depois, ele fez alertas preocupantes aos seus superiores sobre falhas potenciais no casco de carbono do Titan, destacando a necessidade de testes mais rigorosos e a importância de uma certificação externa para a embarcação.

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Apesar de transmitir seus avisos verbalmente, Lochridge foi ignorado até que decidiu redigir um relatório detalhado. Somente então, foi convocado para uma reunião com diversos funcionários, incluindo Stockton Rush, o CEO da OceanGate, que atualmente encontra-se a bordo do submersível desaparecido. Surpreendentemente, a resposta da empresa foi demitir Lochridge, movendo um processo contra ele por revelar informações confidenciais. Por sua vez, o especialista em submarinos também entrou com um processo, alegando demissão sem justa causa. O caso foi resolvido posteriormente, mas o ex-funcionário se recusou a comentar o assunto quando contatado por meio de seu advogado.

Além das preocupações de segurança, os documentos judiciais apresentam outra descoberta alarmante. Lochridge constatou que os fabricantes da janela frontal do Titan haviam certificado sua resistência apenas para uma profundidade de 1.300 metros. Vale ressaltar que o naufrágio do Titanic repousa a uma profundidade de 3.800 metros abaixo da superfície oceânica. Essa discrepância de certificação ressalta a potencial falta de preparo do submersível para enfrentar as condições extremas nas quais ele seria submetido durante a expedição.

A revelação dessas informações reforça as preocupações sobre a segurança e a devida certificação do Titan, e levanta questionamentos sobre as práticas e os procedimentos da OceanGate. É essencial que empresas envolvidas em missões de exploração desempenhem um papel diligente ao abordar potenciais riscos e garantir que as embarcações estejam adequadamente certificadas antes de enfrentarem ambientes tão hostis quanto o fundo do oceano. A demissão do especialista que alertou sobre os problemas de segurança coloca em evidência a necessidade de uma maior transparência e atenção às preocupações de segurança nesse tipo de empreendimento.

À medida que as buscas pelo submersível desaparecido continuam e os detalhes sobre as circunstâncias envolvendo sua segurança e certificação vêm à tona, espera-se que a OceanGate responda de forma adequada e transparente a essas preocupações levantadas. A segurança das equipes de exploração e a integridade das missões futuras devem ser prioridades absolutas.

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