‘Trabalhar no feriado para arrumar a casa e fugir da polícia’, diz Renato Cariani em mensagens interceptadas pela Polícia Federal

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Operação Hinsberg da PF revela troca de mensagens comprometedoras entre influenciador fitness Renato Cariani e sócia sobre monitoramento policial. Investigação foca em desvio de produtos químicos para produção de crack na indústria química Anidrol. Cariani nega envolvimento e destaca surpresa com a operação. Outro suspeito, Fábio Spínola Mota, é identificado como intermediador. Grupo é suspeito de desviar toneladas de insumo químico. Investigação teve início em 2022 após alerta de empresa farmacêutica. Pedido de prisão é negado pela Justiça aguardando desdobramentos.

A manhã desta terça-feira (12) foi marcada pelo início da Operação Hinsberg da Polícia Federal, que visa combater o tráfico de drogas e o desvio de produtos químicos para a produção de crack. O foco da investigação recai sobre a Anidrol, indústria química localizada na Grande São Paulo, cujo sócio é o renomado influenciador fitness Renato Cariani, que conta com uma audiência de mais de 7 milhões de seguidores em suas redes sociais.

As autoridades, ao cumprir mandados na Anidrol, também realizam buscas na residência de Renato Cariani. Embora tenham sido solicitadas as prisões do influenciador e de mais duas pessoas, a Justiça optou por negar o pedido do Ministério Público e da PF.

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Troca de Mensagens Comprometedoras

A investigação da PF revelou a interceptação de mensagens entre Cariani e sua sócia, indicando que ambos tinham conhecimento do monitoramento policial. Em uma das mensagens, o influenciador sugere a possibilidade de “trabalhar no feriado para arrumar de vez a casa e fugir da polícia”. O contexto sugere que Cariani estava ciente da investigação em curso.

Influencer fitness Renato Cariani — Foto: Reprodução/Instagram/@renato_carian

Estratégias Suspeitas e Fiscalização

Segundo fontes da PF, mesmo após a convocação pela Receita Federal para prestar esclarecimentos sobre as notas fiscais emitidas pela Anidrol, os agentes constataram a continuidade na emissão de notas fiscais falsas. Em outra mensagem, a sócia instrui Cariani sobre a remoção de rótulos dos produtos para enganar a fiscalização e as investigações.

Defesa e Surpresa de Cariani

Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Cariani afirma ter sido surpreendido pela operação da PF e defende a idoneidade da empresa da qual é sócio. Ele destaca que sua sócia, uma mulher de 71 anos, é a principal administradora da empresa, que possui mais de 40 anos de história, sede própria e todas as licenças necessárias.

Operação Hinsberg: Desdobramentos e Outro Suspeito

A Operação Hinsberg cumpre um total de 18 mandados de busca e apreensão em São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Além de Cariani, outro suspeito identificado é Fábio Spínola Mota, já detido anteriormente por envolvimento em crimes similares. Na residência de Mota, foram encontrados mais de R$ 100 mil em espécie, indicando seu papel como intermediador entre a indústria química e os produtores de drogas.

Desvio de Toneladas de Insumo Químico

O grupo investigado é suspeito de desviar toneladas de um produto químico essencial na produção de crack, visando a fabricação de 12 a 16 toneladas da droga. A operação é realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO do MPSP) e a Receita Federal.

Origens da Investigação e Pedido de Prisão Negado

A investigação teve início em 2022, após uma empresa farmacêutica multinacional alertar a PF sobre notas fiscais fraudulentas. O grupo emitiu e faturou notas em nome de grandes empresas, como AstraZeneca, LBS e Cloroquímica, entre 2014 e 2021. Embora tenha sido solicitada a prisão dos envolvidos, a Justiça negou o pedido, aguardando desdobramentos do processo.

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