Tumores desapareceram em duas semanas após injeção da substância e sem efeitos colaterais
RESUMINDO A NOTÍCIA
- Imunotoxina eliminou todas as lesões pré-cancerosas visíveis e invisíveis dos pacientes
- Câncer de mama é o que mais acomete mulheres no Brasil
- O tratamento induziu as células à morte
- Tumores não retornaram até a finalização do estudo
Um estudo recente publicado recentemente na revista Proceedings of the National Academy of Sciences mostrou que a aplicação de uma imunotoxina nos dutos mamários eliminou totalmente lesões pré-cancerosas visíveis e invisíveis de pacientes.
A pesquisa foi feita em laboratório e liderada por pesquisadores do Johns Hopkins Kimmel Cancer Center, especializado em câncer de mama em estágio inicial.
O estágio zero da doença, também conhecido como CDIS (carcinoma ductal in situ), é caracterizado pela presença de células pré-cancerosas anormais nos dutos de leite.
De acordo com o autor sênior do estudo, Saraswati Sukumar, diversas mulheres realizam cirurgias de remoção, tratamentos de radiação e, em alguns casos, quimioterapia ou terapias hormonais para eliminar esses cânceres precoces.
“Em nossa pesquisa, propusemos um tratamento alternativo em que a injeção da droga imunotoxina pelo duto poderia resultar na limpeza do CDIS”, disse Sukumar em comunicado.
Primeiramente, o trabalho avaliou a eficácia da imunotoxina em quatro linhagens celulares de diferentes subtipos de câncer de mama em camundongos. Os resultados evidenciaram que o tratamento induziu à morte as células tumorais em todas elas.
Os pesquisadores também administraram o tratamento a cerca de dez camundongos para captar possíveis toxinas circulares no sangue após a intervenção e, de cinco a 30 minutos depois, não encontraram nada.
Em seguida, eles injetaram a imunotoxina diretamente nos dutos mamários de dois grupos de camundongos com CDIS, classificados como MCF7 E SUM225.
No primeiro, foi administrado uma vez por semana durante três semanas e, para viés de comparação de eficácia, aplicaram no corpo de outro conjunto de camundongos.
No final da terapia, descobriram que aqueles que receberam a injeção no corpo tiveram um crescimento tumoral mais lento, mas que retornava após a interrupção.
Já os que receberam diretamente nos dutos tiveram os tumores completamente eliminados dentro de duas semanas após a conclusão do tratamento e a arquitetura da mama era parecida com glândulas mamárias normais. Nenhuma recorrência foi detectada após dois meses.
O grupo SUM225 suprimiu a doença em apenas duas semanas de tratamento e não demonstrou recorrência até o final do estudo.
De acordo com os autores, o tratamento foi bem tolerado, sem efeitos colaterais da toxina ou injeção. Eles disseram que a pesquisa fornece uma forte base pré-clínica para a realização de ensaios de viabilidade e segurança em pacientes com câncer de mama em estágio 0.
Segundo dados divulgados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer), no ano passado, o Brasil totalizou 66,3 mil diagnósticos da doença no público feminino, com 17,8 mil mortes. O câncer de mama é também o mais incidente em mulheres de todas as regiões do país, após o câncer de pele não melanoma.
Fonte: R7