Tropas israelenses na fronteira com a Faixa de Gaza bombardeiam palestinos; número de mortos sobe

Morreram 126 palestinos e 8 israelenses desde que começaram os bombardeios. É a maior operação focada contra um alvo que Israel já conduziu, de acordo com o exército de Israel.

Soldado de Israel carrega artilharia perto da fronteira com a Faixa de Gaza, em 14 de maio de 2021 — Foto: Amir Cohen/Reuters

Israel enviou tropas para a região da fronteira com a Faixa de Gaza e passou a bombardear o território palestino de perto nesta sexta-feira (14). Não está claro ainda se haverá uma invasão com soldados.

O bombardeio é a maior operação focada contra um alvo que Israel já conduziu, disse um porta-voz da Defesa de Israel, o coronel Jonathan Conricus.

Ele chegou a afirmar que havia soldados atacando, mas depois ele voltou atrás e disse que as tropas não entraram na Faixa de Gaza.

Palestino em destroços de casa atingida por bombardeios na Faixa de Gaza, em 14 de maio de 2021 — Foto: Mohammed Salem/Reuters
Palestino em destroços de casa atingida por bombardeios na Faixa de Gaza, em 14 de maio de 2021 — Foto: Mohammed Salem/Reuters

Os soldados de Israel foram retirados de maneira unilateral de Gaza em 2005.

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Nesta sexta-feira, os israelenses começaram com ataques antes do sol nascer. O alvo são as redes de túneis que os militantes do Hamas usam em Gaza.

Com os disparos de artilharia dos tanques israelenses concentrados ao longo da fronteira com o enclave, centenas de moradores de Gaza abandonavam suas casas, relataram testemunhas.

Desde segunda-feira, quando começaram os ataques aéreos, 126 pessoas morreram em Gaza, sendo que 31 eram crianças, e 20, mulheres. Outras 950 ficaram feridas.

O Hamas, o grupo militante que controla a Faixa de Gaza, tem disparado foguetes no território de Israel —sete vítimas civis e um soldado morreram.

O sistema antimísseis israelense, o “Domo de Ferro”, interceptou quase 90% dos 1.800 foguetes lançados esta semana a partir de Gaza.

Céu de Israel é iluminado por mísseis lançados de Beit Lahia, no norte da Faixa de Gaza, nesta sexta-feira (14) — Foto: ANAS BABA/AFP

Como começaram os bombardeios mais recentes

As agressões entre o Hamas e Israel começaram depois de um mês de confrontos entre árabes e judeus em Jerusalém Oriental (uma região palestina da cidade de Jerusalém, que é ocupada por Israel desde 1967).

Os palestinos lá enfrentam a possibilidade de serem despejados. Durante alguns dos dias mais importantes do Ramadã, o período de jejum e rezas dos muçulmanos, houve passeatas da extrema-direita israelense nas regiões palestinas da cidade. Houve conflitos e mais de 700 palestinos foram feridos.

Como resposta, o Hamas começou a disparar foguetes a partir da Faixa de Gaza. Israel, então, bombardeou em resposta.

Conflitos em cidades mistas

Além do conflito com o Hamas, também existe uma escalada de violência urbana entre árabes e judeus em várias cidades mistas de Israel.

De acordo com a polícia israelense, é não havia conflitos assim há décadas.

Quase 1.000 membros da polícia de fronteira foram convocados para reforçar as cidades, palco de distúrbios intercomunitários desde terça-feira. Mais de 400 pessoas, judeus e árabes, foram presas nos últimos três dias.

Na noite de quinta-feira, um homem abriu fogo com uma arma semiautomática contra um grupo de judeus, ferindo uma pessoa em Lod, perto de Tel Aviv, segundo uma testemunha e a polícia. Uma sinagoga foi incendiada, e 43 pessoas foram detidas.

Grupos israelenses de extrema direita entraram em confronto nas cidades com forças de segurança israelenses e árabes-israelenses, descendentes de palestinos que permaneceram em suas terras após a criação de Israel em 1948.