URGENTE: São Paulo terá greve geral de ônibus nesta quarta-feira (29)

O paulistano deve encontrar dificuldades nesta quarta-feira, 29 de junho de 2022, com mais um dia de greve de ônibus.

Materia atualizada em 28/06/2022 ás 23h44

Na tarde desta terça-feira (28), em assembleia promovida pelo Sindmotoristas, os trabalhadores decidiram retomar a greve que havia sido suspensa no dia 14 de junho de 2022.

A nova paralisação ocorre no contexto em que a prefeitura decide se haverá mais aumentos dos subsídios às operações das empresas de ônibus ou mesmo uma elevação de tarifa, o que o prefeito Ricardo Nunes tenta evitar.

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Somente entre janeiro e a metade de junho de 2022, o valor desembolsado para complementar os custos dos transportes na capital paulista chegou a R$ 2,37 bilhões, ou 27% mais alto que no primeiro semestre de 2021, quando a prefeitura aportou R$ 1,86 bilhão. A estimativa é que, se não houver aumento de tarifa ou alguma ajuda externa como a que está emperrada no Congresso para custeio de gratuidades para idosos de 65 anos ou mais com verbas da União, os subsídios alcancem R$ 4,5 bilhões neste ano de 2022.

A hora de almoço remunerada (hoje as empresas não pagam pelo período) e o pagamento a PLR (Participação nos Lucros e Resultados) são os motivos de a greve ser retomada.

Como mostrou o Diário do Transporte, no dia 14 de junho de 2022, houve uma greve parcial de ônibus por 15 horas, envolvendo as chamadas “empresas tradicionais” (subsistemas estrutural e de articulação regional), que culminou reajuste de 12,47% nos salários e no ticket-refeição de motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo já retroativo a maio de 2022.

Segundo o SPUrbanuss, sindicato que representa as viações na cidade de São Paulo que operam nestes dois subsistemas que reúnem os ônibus maiores, somente o aumento salarial deve representar uma elevação de R$ 42 milhões por mês no custo de operação dos transportes municipais da capital paulista.

Em nota, o SPUrbanuss, sindicato das empresas, diz que lamenta a decisão e espera que seja cumprida frota mínima de 80% nos horários de pico

O SPUrbanuss – Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo lamenta mais essa paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus, com terríveis consequências para a mobilidade da população.

A entidade espera que os profissionais do setor de transporte coletivo não penalizem os passageiros, cumprindo a determinação da Justiça, adotada na paralisação de 14 de junho, de colocar em operação 80% da frota nos horários de pico.

EMPRESAS DE ÔNIBUS EM SÃO PAULO NÃO TÊM PREJUÍZO, DIZ SINDICATO:

O sindicato dos trabalhadores alega que as empresas de ônibus em São Paulo não têm prejuízos por causa de uma fórmula nos contratos das viações com a prefeitura.

Enquanto o modelo de transporte previsto na licitação cujos contratados foram assinados em setembro de 2019 não for implantado integralmente, é aplicada uma espécie de fator de transição.

Este fator serve para equilibrar a remuneração de acordo com a flutuação do número de passageiros transportados e da frota.

Assim, se a quantidade de passageiros cai, como ocorreu de uma forma geral na pandemia (mesmo com a lotação nos horários de pico), esse fator é maior que 1 e compensa essa queda de demanda.

Na prática, este modelo impede que as empresas de ônibus tenham prejuízo.

HORA DE ALMOÇO FICA PARA EMPRESÁRIOS:

O fim da hora de almoço não remunerada é outro pedido dos trabalhadores.

Segundo o sindicato dos trabalhadores, pelo fato de a hora de almoço não ser remunerada, os motoristas deixam de ganhar em torno de R$ 700 por mês e os cobradores, aproximadamente R$ 500 mensais.

O Sindmotoristas alega que este dinheiro, na prática, acaba ficando nos cofres das viações e que os trabalhadores nunca conseguem parar por uma hora no meio da jornada.

Isso porque, há fatores que interferem no cumprimento deste horário, como o trânsito que pode atrasar a chegada ao final da linha ou mesmo a falta de espaço em terminais para o motorista e o cobrador parar se alimentar.

Em alguns locais, os condutores precisam ficar dando voltas até achar um lugar para parar, em especial veículos de maior porte, como ônibus articulados e biarticulados, que variam entre 18 metros e 28,2 metros de comprimento.

As empresas, por sua vez, dizem temer que não a não concessão da hora parada para almoço possa resultar em ações judiciais trabalhistas.

PREFEITURA QUER EVITAR AUMENTO DE TARIFA:

Em nota ao Diário do Transporte, na última semana, questionada sobre um eventual aumento da tarifa de ônibus em São Paulo, a prefeitura informou que o intuito da gestão Ricardo Nunes é manter o valor de R$ 4,40 neste ano.

O prefeito Ricardo Nunes continua pessoalmente empenhado na busca de uma solução para evitar o reajuste da tarifa de ônibus, que prejudica a população e pressiona também os índices de inflação, apesar do aumento dos custos do sistema. A gestão municipal optou por não reajustar a tarifa desde o início de 2020, anterior à pandemia, e por absorver o aumento de custos do sistema, como por exemplo diesel, manutenção da frota acima da demanda e gratuidades. O objetivo é não penalizar a população mais vulnerável, que depende dos ônibus para trabalhar, estudar e realizar suas atividades diárias, além de contribuir para não pressionar ainda mais o índice inflacionário.

VIAÇÕES FALAM EM AUMENTOS DE CUSTOS COM REIVINDICAÇÕES ATENDIDAS:

Segundo o SPUrbanuss, sindicato que representa as viações na cidade de São Paulo que operam nestes dois subsistemas que reúnem os ônibus maiores, somente o aumento salarial deve representar uma elevação de R$ 42 milhões por mês no custo de operação dos transportes municipais da capital paulista.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes