A seleção brasileira de vela inicia nesta quarta-feira (22) os treinamentos para o evento-teste da SSL Gold Cup, considerada a Copa do Mundo da modalidade. As disputas serão no Lago Neuchâtel, na Suíça, entre a próxima segunda-feira (27) e o dia 3 de outubro. A delegação nacional reúne dez atletas, entre eles os bicampeões olímpicos Robert Scheidt (que é o comandante da embarcação nacional), Martine Grael e Kahena Kunze.
“Temos uma equipe boa no papel, que precisa velejar bem junta. O Brasil tem uma oportunidade legal de contar com esse time. Montamos uma boa tripulação e agora precisamos nos entrosar”, disse Scheidt, maior medalhista do país em Olimpíadas, à assessoria da Confederação Brasileira de Vela (CBVela).
“Reunimos talentos de diferentes áreas, mas formar um time é sempre um desafio. O mais importante agora é reunir o time, dividir as funções no barco. Formar a tripulação mesmo. Vai ser um aprendizado, pois nem todo mundo velejou nesse barco”, completou o bicampeão olímpico, que será o timoneiro da equipe.
Além de Scheidt, Martine e Kahena, a tripulação terá mais dois velejadores que defenderam o país na Olimpíada de Tóquio (Japão): Gabriel Borges e Henrique Haddad. Completam a equipe André “Bochecha” Fonseca (representante do Brasil em três edições dos Jogos), Joca Signorini (campeão da Ocean Race, mais antiga regata de volta ao mundo), Henry Boening Maguila, Alfredo Rovere e Juninho de Jesus.
O evento-teste com participação brasileira será o segundo da SSL Gold Cup e terá barcos de Argentina, Croácia, Estônia, Hungria, Israel, Omã e Suíça. O primeiro iniciou no último dia 13 e terminou no domingo (19), com vitória da África do Sul. Uma terceira disputa ocorrerá entre 11 e 17 de outubro, com embarcações de Espanha, Dinamarca, Polônia, Suécia, Áustria, Eslovênia, Peru e Sérvia.
A Copa do Mundo de vela será realizada entre maio e junho do ano que vem, também na Suíça. O torneio reunirá 56 equipes (uma por nação), que competirão em veleiros de 47 pés (14,30 metros de comprimento), cedidos pela organização. A ideia é que cada barco tenha os dez melhores velejadores do respectivo país.
“Um campeonato entre nações é muito legal. A vela finalmente terá o equivalente a uma Copa do Mundo de futebol. O objetivo é fazer o barco da forma mais simples possível. Se colocar muita tecnologia, cria-se dificuldade para velejar. Mas não é um barco fácil, pois terá uma série de detalhes. O que vai valer é a capacidade de a tripulação manusear os cabos e ajustar as velas”, destacou Bruno Prada, gerente da equipe brasileira e medalhista olímpico nos Jogos de Pequim (China) e Londres (Reino Unido).